domingo, 6 de novembro de 2011

Psicologia reversa

Eu mudei,
tu mudaste
nós mudamos.

Somos feitos de mudanças, tranformações.
Uma metamorfose crítica, onde não se sabe onde começa
onde é o meio
E onde termina.

Uma metamorfose de tribulações,
Decepções, medos, frustrações.
Como coisas tão ruins podem contribuir para o nosso fortalecimento?
E como coisas tão lindas como o amor podem tornar nossa vida um caos?

Essa seria a chamada psicologia reversa?
Não funciona. É um blefe.
O mal da humanidade, a mentira.
Dizer que sentimos aquilo que não sentimos
Para podermos sentir aquilo que é mais agradável.

Desagradável seria aprender com os nossos acertos
Desaprendermos com nossos erros.
Amarmos os defeitos e odiarmos as qualidades.
Psicologia reversa, hein?
Você funciona? Então prove.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Não me ame

Não segure minha mão se tem intenção de soltá-la.
Não ganhe meu coração se tem intenção de devolvê-lo.
Não queira meu amor se não quer me dar o seu.
Não me abrace pensando em me soltar.

Não olhe meus lábios se não tem intenção de beijá-los.
Não faça eu pensar em você, se você não pensa em mim.
Não fique ao meu lado, se vai me abandonar um dia.
Não deixe eu sonhar com você se vai me iludir.

Não brinque comigo se quer me levar a sério.
Não me leve a sério se quer brincar comigo.
Não me toque se tem a intenção de me machucar.
Não diga palavras se não quer que eu as ouça.

Não me conheça se não quer me aceitar.
Não me vicie se quer que eu te largue.
Não me beije se pretende parar.
Não permita que eu te ame, se não vai me amar.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Menina mulher

A casa antes cheia de móveis, agora estava vazia.
Sua vida que antes fazia sentido, agora parece perdida.
Antes não havia motivos para se perder,
Agora ela não achava o sentido de ser.

Andando pelas ruas como se procurasse o amor em cada esquina.
Os lábios curvavam-se em um sorriso de menina.
As virtudes perderam-se em uma tempestade de sensações
A cada minuto um turbilhão de sentimentos e emoções.

E encontrara-se quando achava que já tinha se perdido
Quando trancara-se em seu mundo cheio de perigos.
Como se jamais tivesse sido salva, e estancado as feridas.
De menina à mulher, de mulher à menina.

A casa agora estava cheia de flores, em cada canto.
Não havia mais lugar para tristeza, saudade ou pranto.
Só havia um buquê de rosas e nele um pequeno cartão.
Quando o puxou, amarrado a uma fita estava algo que acelerou seu coração.

Um par de alianças com ambos os nomes.
Ia muito além de uma mulher e um homem.
No cartão estava escrito algo que não era de amigo:
" - Te amo! Quer namorar comigo?"

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Poesia


Poesia.: Falada ou escrita ela emociona quando encontra os 'achados' escondidos na lingua geral, nos sons e sombras do tempo. A poesia é a ferramenta do escritor.


Esse foi o primeiro significado que achei da palavra. Verdadeiro. Mas muitos destacam a poesia como algo realmente tocante, complexo, indefinido. Outros dizem que a grande maioria só fala de amor. Esses sãos os piores. 
Se você sofre de amor, vai escrever sobre amor. Se você ama e é amado, você vai escrever sobre o amor. Se você não tem ideia sobre o que escrever, escreva sobre o amor. 
Amor é o "achado" escondido na língua geral. É ele que nos deixa tolos, embriagados em coisas lindas, fofas e músicas depressivas. O amor é depressivo, chega a ser tedioso. Por isso é tão lindo e enigmático, porque todos amam o amor. 
E esse também é o motivo de muito se escrever sobre o amor, sejam poesias, prosas, contos, livros, músicas, etc. 
Mas você não precisa essencialmente amar alguém, você pode amar algo. E você pode "poetizar" sobre amar algo.
E você pode também escrever sobre amar algo que você não ama. O essencial é amar.
Falar de amor em poesia é pleonasmo, e falar que o poeta é romântico é eufemismo.


                                                               Nota da poeta que escreve sobre amor.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Lembranças III [Final]

Nada compensará nossos dias perfeitos.
Mas eu guardarei para mim as memórias.
E quem sairá mais machucado desse teste?

Nunca haverá ninguém como nós.
Tivemos o melhor que há, sempre.
Não nos esqueceremos um do outro
E nos lembraremos da célebre frase:

"Nós nos machucamos durante todo tempo,
Mas as feridas valeram a pena."



"A trilogia de poemas 'Lembranças' foi inspirada pela música 'Someone like you' da Adele."

Lembranças II

Você sabe querido,
É tempo de voar sozinho
E hoje eu quero um tempo pra mim.

Eu renascerei
Nos resquícios do verão
E me esperaram surpresas
E dias gloriosos.

Eu odeio ter de voltar pro azul da sala de estar
Eu preciso te perder
Pra me encontrar.

Eu espero ver a tua face
E lembrar a você
Que tudo acabou.

E nunca você encontrará alguém como eu
Você não merece o meu melhor, de novo.
Você não me esquecerá, querido.
Eu sempre te lembrarei quando você dizia:

"Algumas vezes dói amar
Mas na maioria é mais doloroso abandonar."

Lembranças I

Uma garota do interior
Uma garota que busca diversão.
E que pensa em se casar.
Eu quero dias em que sonhos se realizam
Quero as coisas que te dei de volta.

Oh, amigo por que você é assim?
Voltando quando quer
Como se a minha vida fosse uma estação de trem.

Odeio como o azul se torna violeta nos dias de inverno
Odeio ficar onde estou
E procurando por mim.

Espero ver a minha face
E lembrar a mim mesma
Que tudo acabou.

E nunca mais encontrarei alguém como você
Eu desejo não ter o teu melhor de novo.
Nunca me esqueça, por favor
Eu lembrarei quando você dizia:

"Algumas vezes dói amar
Mas na maioria é mais doloroso abandonar."


Antes de te conhecer


eu não entendia as canções, 
                            dormia bem todas as noites, 
não me importava com as minhas roupas, 
                                                                        esquecia o celular, 
                        tinha pensamentos livres 
                                                                                            e horas vagas. 
Meu coração era saudável, 
                                                 lento, 
                                                           constante. 
Eu não tinha febre psicológica, 
                                         crise emocional, 
                                                                                      stress acumulado, 
                                                                                             nem carência afetiva. 
Não tinha ciúme, 
                                              ódio, 
                                            ou pensamentos psicopatas. 
                      Eu sempre tinha a razão
                                          não aguentava reclamações, 
                              não planejava tantas coisas boas 
                               e bobas. 
Antes de você eu não morria de saudade, 
                                                                     não era tão bem-humorada, 
                                                 não me preocupava em fazer alguém feliz, 
                                                                                                  em cuidar de alguém. 
               Eu não sabia sequer que um abraço curasse tanta dor, 
                                                 que o mundo cabia num sorriso
                                                       e que era possível gostar tanto de uma pessoa.
A verdade é que antes de te conhecer, 
                             eu não vivia, 
                                              apenas respirava, 
                                                                       aprendi o que é viver depois que conheci você 
                                                     e hoje tenho orgulho de dizer que 
eu amo você.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Julgamento literário


Não me parece certo. Na verdade, me parece bastante errado que esse tipo de coisa aconteça. Não é como pegar um livro, ler a primeira página e julgar o resto. Já fiz isso, e me arrependi mais tarde. Aquele livro ficou preso na minha cabeça por algum tempo. Certo dia, resolvi lê-lo, e olha que incrível! Eu gostei. Não, eu amei o livro. Mas não se pode fazer isso com uma pessoa, você não pode interpretar seus gestos, suas palavras, suas opiniões e achar que já a conhece e então, jogá-la numa prateleira empoeirada. Você tem que cuidar dela, tratá-la bem, folheá-la com atenção e absorver suas palavras uma a uma. E não basta o fazer apenas uma vez. Tem de fazer todos os dias, abri-la, lê-la com atenção, interpretá-la e fechá-la com delicadeza. Mas não a jogue na mesma prateleira empoeirada junto com aqueles livros desgastados, de terror, assassinato e inveja. Prepare uma prateleira especial em seu coração, limpe todos os dias, preserve. Pode também encapar, mas não sufoque demais. Deixe alguns recados bonitos em suas páginas, assim, todas as vezes que você a vir, saberá que um dia, vocês eram amigos, se amaram, e a tratará bem. E ela também, jamais a esquecerá. Não devemos julgar o livro pela capa, nem a capa pelo livro.

Encontro um conto

E vejo um ponto em cada final de frase. Seria desnecessário dizer isso, já que, segundo nossa querida gramática, eles sejam necessários. Mas encontrei este ponto no final da frase da minha vida. Estava atrapalhando meu caminho, não me permitia caminhar com segurança. Sentia que a cada passo eu poderia pisar nele. E se eu pisasse… Bem, se eu pisasse, não sei o que aconteceria. Mas pra que arriscar? Afinal, vai que acontece algo realmente terrível. O que interessa é que ele se atravessava no meu caminho nas horas mais importantes, nas horas cruciais da minha pequena vida. Jamais pisei nele, mas perdi a conta de quantas vezes tropecei nesse bendito.Quase caí diversas vezes, mas me equilibrei nas palavras, nos pontos de interrogação, exclamação e reclamação. Este conto é da minha vida, é necessário saber contá-la, não errar nos acentos, nas orações e nas preposições. As palavras me decifram, dizem quem sou e quem não sou, pra quem quiser ouvir. Mas eu não sei quem sou, quem fui e quem serei. Minha história é escrita sem meu consentimento, ninguém me pergunta o que quero fazer, quem quero ser e pra onde quero ir. Os pontos encerram as frases e me impedem de saber o que escrevem de mim, afinal não posso ultrapassá-los, só conseguiria enxergar minha vida se pisasse em cima deles, mas não tenho coragem, não quero arriscar toda a minha história, toda a minha vida por causa de um ponto. Pois, um dia, quando tudo finalmente se ordenar, as palavras fizerem sentido, finalmente saberei de tudo, e pronto!

Suspiro


A cada palavra dita um tropeço
e outro tombo,
mas estou tentando.
Sorrisos, efusões
e dramas complexos,
então, tudo começou.
Para esquecer cada ferida fechada
Dor.
Para conseguir respirar
Mais dor.
Eu sinto como se estive caindo 
com um suspiro
Como um castelo de cartas
Você pode me ver
Estou lá embaixo
como ar frio
E você pode me erguer ou me deixar
é só querer.
Você apareceu sob o canto de anjos
e sorriu pra mim
Como um conto de fadas
E depois me mostrou como a vida era
e a verdade dos homens
Uma mentira.
Você fechou a ferida
E me anestesiou
Com seu calor
Mas eu caí com um suspiro
Como uma folha no outono
Lá embaixo eu permanecerei
Até você poder me erguer
Ou decidir me deixar.
Mesmo que o Sol ascenda
Em meio a tempestade
Mesmo que um dia eu voe alto
E esqueça.
Eu estarei aqui embaixo
Com um suspiro sobre você
Tão embaixo que você poderá me erguer
Mesmo que não queira
Eu serei como um suspiro, sustentado pelo ar
E feito pra subir
Como um suspiro.


"Poema inspirado na música 'Whisper' de A Fine Frenzy"

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